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segunda-feira, 26 de março de 2012

A Música no Aprendizado de Língua Estrangeira

A MÚSICA NO APRENDIZADO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA "A música não se constitui apenas em um recurso de combinação de sons, pelo puro prazer estético. Ela é também um recurso de expressão (expressão de sentimentos, idéias, valores, ideologias); um recurso de comunicação (do homem consigo mesmo e do homem com o meio que o circunda); de recreação; de gratificação (psíquica, emocional, artística - gratuidade artística, música pela música, pelo simples prazer de se fazer música); de auto-realização (homem com aptidões artístico-musicais, mais cedo ou mais tarde se direciona neste sentido, seja criando, recriando ou simplesmente apreciando, "contemplando"). E mais, a música é um recurso de expurgação, catarse, maturação emocional, intelectual, social, enfim, um recurso de crescimento". Maria de Lourdes Sekeff Zampronha (trecho extraído do trabalho da referida autora, apresentado no Concurso de Admissão à Academia Nacional de Música - Rio de Janeiro - l978). A MÚSICA Segundo estudos realizados pela Fundação Brasileira de Educação, através de Juçara Jaci Kall Machado e equipe técnica do CEN, alguns pensadores como Platão, Comenius e Pestalozzi, afirmavam que a arte é um elemento constitutivo do processo educativo, primordial e fundamental para a educação e formação do homem na sociedade. "Desde a Grécia Antiga a Música era ensinada a partir da infância, considerado fator essencial na formação dos cidadãos, ocupando a mesma posição da filosofia e da matemática. Desde então a arte era ensinada e valorizada a partir da infância. Através dos tempos, foram feitos vários estudos que confirmaram a afirmação dos pensadores, porém precisavam ajustar-se à integração da arte na educação de forma prática e com embasamento teórico. Isso só aconteceu na metade do século XIX, através de contribuições das áreas de psicologia e antropologia de movimento da Escola Nova, ajustando-as numa melhor metodologia para empregá-las." (MACHADO, Núria, 1994, p.10). Dewey, Lowenfeld e, posteriormente, Herbert Read, pregavam a valorização artística como responsável pelo desenvolvimento da criatividade e do espírito crítico. Segundo esses pensadores, se a educação visa formar homens capazes de usar o raciocínio com espírito crítico, dispostos às mudanças e instrumentalizados para enfrentar a vida, facilmente perceberemos que, usando a ARTE, poderemos estimular o potencial de criação dos alunos, liberando os conflitos e tensões de sua personalidade e avaliando o seu desenvolvimento cognitivo e psicomotor, dando a oportunidade de interpretação e reconstrução da realidade que a cerca. (MACHADO, Juçara J. K. e equipe técnica. "Educação Artística e Musical", p.13-14). "A Música, através dos estímulos conhecidos e desconhecidos que oferece, é uma das melhores maneiras de manter a atenção de um ser humano, espontaneamente. Ela possui linguagem universal, não encontrando barreiras para atingir a sensibilidade humana, e sem, no entanto, tolhir a razão." (MACHADO, Núria, 1994, p.12). "Música é uma das expressões básicas do espírito humano, e veículo das emoções mais importantes de indivíduos e grupos sociais que se manifestam." (MACHADO, Núria, 1994, p.14). "Vivemos mergulhados em um oceano de sons: sons organizados (Música: organizada e constituída com seus elementos básicos - ritmo, melodia e harmonia -, nos mais variados estilos musicais - erudita, popular, folclórica -, instrumental e/ou vocal) e sons desorganizados (os mais diversos sons e ruídos: sons e ruídos produzidos pela natureza, sons corporais, ruídos mecânicos etc). Há som em todo o lugar e a qualquer hora. Respiramos Música, sem nos darmos conta disso. (Itálicos acrescentados pela Mt. Harley L. Gonzalez). Estamos sempre à procura de Música. Por quê? Por que a Música? Que necessidades e desejos humanos ela satisfaz? Que projetos sociais realiza? Enfim, que sentido, que significado?" (MACHADO, Núria, 1994, p.12). E, no que se refere a este trabalho científico, como utilizar a Música na Educação, ou melhor, na Aprendizagem de uma Língua Estrangeira? A MÚSICA NA APRENDIZAGEM Quando estamos trabalhando, ou estudando, e não conseguimos nos concentrar, precisamos de um estímulo. É quando sentimos a necessidade de ouvir uma Música. Deixamos que ela flua, e nos sentimos imediatamente sintonizados. A Música conseguiu colocar-nos em harmonia conosco mesmos e, agora sim, podemos trabalhar, ou estudar. Quando os cantores se exprimem, falam de si mesmos, se realizam em suas canções. Mas não só eles. A "vontade de cantar" está em todo mundo, aparece a qualquer momento. Cantar, tocar para um grupo ou para uma platéia, é um ato de comunicação. A Música, ela própria, funciona como meio de comunicação: nos toques das trombetas militares, no cinema, nas canções e nos melodramas, nos ritos e nas festas tradicionais, nas cerimônias religiosas e civis, nas sala de aula. A Música pode contar histórias, discorrer, raciocinar, e com muito mais freqüência do que se imagina; por isso, a Música é também organizada, em parte, como linguagem. "Tanto nos seres humanos quanto em todas as formas de vida, incluindo organismos compostos por uma só célula, existem centenas de biorritmos únicos e de caráter funcional. Sua duração pode oscilar entre uns poucos segundos e toda uma vida. A base comum de todos os biorritmos parece estar radicada na momentaneidade dos equilíbrios mantidos diariamente pelo organismo entre as dilatações (aberturas) e as contrações (fechamentos) dos distintos órgãos e sistemas de que se compõe." (BAÑOL, 1993, p.67). No que diz respeito ao Ciclo Intelectual, os doutores M. J. Bennet e Rexford B. Hersy, fundamentaram seus trabalhos de pesquisa, baseados nos dados sobre as funções glandulares. "As ondas cerebrais são os biorritmos do córtex cerebral, essa parte do cérebro humano que contém todas as informações aprendidas de caráter consciente e controlável. A música, com todo seu oculto poder, trabalha no estímulo dos biorritmos do córtex.. O córtex cerebral constitui o armazém das quantidades infinitas de informação aleatória ou ao acaso, às quais se pode ter acesso quase imediatamente durante a vigília ou o sono. As características deste ciclo são: concentração, lógica, memória, compreensão, capacidade de respostas, rapidez, agilidade. Vontade e objetividade , todas elas influenciáveis pela ação de músicas especializadas." (BAÑOL, 1993, p.70). "A música e a fala se baseiam na percepção e na interpretação do som que se inicia com uma experiência auditiva. Tanto na Musicoterapia quanto na fonoaudiologia, estamos envolvidos em processos auditivos e na produção e percepção do som." (RUUD, 1991, p.23). "A percepção auditiva abrange a capacidade de distinguir dois sons diferentes, sua altura, seu timbre, sua intensidade ou duração, enfim, todas as características que contribuem para o significado do som. A música e a fala estão vinculadas à capacidade de lembrar e imitar sons." (RUUD, 1991, p.23-24). "A atividade musical e a audição ativa de música podem originar funções que favorecem a aquisição da linguagem, da atenção e da percepção, (...) criando uma experiência de unidade entre linguagem, música e movimento." (RUUD, 1991, p.24). "O desenvolvimento do ser humano é acompanhado pelo som, que está integrado ao ambiente que quase não o percebemos ao nível consciente. (...) Consciente ou inconscientemente, tomamos conhecimento dos sons que nos cercam desde o nascimento. Nosso meio natural de comunicação é o som lingüístico, que primeiro percebemos e depois imitamos." (RUUD, l991, p.25). "De todas as atividades humanas, a fala é provavelmente a mais rítmica e musical. Ao mesmo tempo, a fala e a linguagem são os instrumentos mais valiosos para a comunicação e a memória." (RUUD, 1991, p25). "A música e a linguagem tem tantos pontos de semelhança que os elementos musicais básicos podem ser empregados como um meio de ensinar pessoas deficientes auditivas e outros grupos de deficientes a romper a monotonia verbal e a falar de maneira rítmica e melódica, desenvolvendo e aperfeiçoando, dessa forma, a comunicação com pessoas de audição normal." (RUUD, 1991, p.25). Na entrevista realizada com a musicoterapeuta Harley Lavagnini Gonzalez, a mesma afirmou que para a aquisição de uma nova língua, a estimulação da linguagem através da música, nas ditas "pessoas de audição normal"; citas acima por Even Ruud; é ponto pacífico. E, segundo a mesma, não importa a idade para ser estimulado à aprendizagem, portanto, quanto mais cedo, melhor. Ela cita o exemplo do curso de inglês fornecido nas bancas de revistas, produzido pela Walt Disney: "Magic English". É uma série de vídeos K7, com vários temas, com duração média de 20 minutos. Neste curso, é ensinado o inglês às crianças de 6 meses em diante, que "fixados nos desenhos animados, da TV", ficam "atentos", parando até mesmo de chorar, se assim estiverem. Estas fitas de vídeo, são reedições de desenhos conhecidos da Walt Disney, onde os elementos principais utilizados para a Aprendizagem são os sons e as músicas; sim, pois as imagens, embora muito importantes neste caso, não teriam efeito algum, se não houvesse o SOM, CIENTIFICAMENTE E TECNICAMENTE, UTILIZADOS PARA A PRENDIZAGEM DO INGLÊS, absorvendo a "atenção" tanto de crianças quanto de adultos, que além de ouvirem, repetem as palavras e as canções, segundo instruções/indicações, das próprias lições das fitas de vídeo. Como, então, utilizar a Música na sala de aula? Segundo o Musicoterapeuta Even Ruud, "a aplicação controlada de atividades musicais especialmente organizadas com a intenção de expandir o desenvolvimento e a (...) educação" do homem, são umas das "definições" que a Musicoterapia recebeu, por estudiosos deste século, instalando-a, então, como ciência e profissão. No livro "Princípios Básicos para a Juventude", de Maria Luiza Priolli, a música, como já foi dito anteriormente, possui três elementos fundamentais: o ritmo, a melodia e a harmonia. Cada um deles, por sua vez, é constituído por outros elementos básicos: 1. o ritmo: pelo andamento, pelo compasso; 2. a melodia: pelo som, pelos intervalos melódicos, as escalas, os modos; 3. a harmonia: pelos intervalos harmônicos, os acordes, as cadências. Platão já dizia, que "o ritmo é a expressão da ordem e simetria; penetra por meio do corpo na alma do homem, invadindo todo seu ser e revelando-lhe a harmonia de sua personalidade". Platão também dizia que a sensibilidade humana é afetada pelo ritmo que a música emana. O ritmo está em todas as coisas ao nosso redor, nosso próprio corpo é rico de ritmo: o pulsar dos nossos corações, o andar, o respirar, as palmas, o dançar... O ritmo está presente nas brincadeiras de criança, que também usam melodias improvisadas. "O educador se utiliza da música como recurso lúdico para ensinar. Ritmo, melodia e harmonia - emoção, razão e equilíbrio, respectivamente - quando utilizados devidamente para educar/ensinar, tem efeito poderoso tanto para quem ensina quanto para quem aprende." (GONZALEZ, 1997, p. 12). A bandinha rítmica nas escolas seculares é um momento de alegria, criatividade, relaxamento e emoção. Além de recrear e operar o desenvolvimento motor, desperta o sentimento artístico, disciplina e senso rítmico. Motiva o espírito de equipe, favorecendo a integração social além de servir de subsídio e amparo ao desenvolvimento do ser físico, moral e psicológico. Desinibindo os mais tímidos e aquietando, os mais turbulentos, fazendo-os felizes na medida em que ela própria descobre o próprio ritmo e a própria música. Segundo a Mt. Harley L. Gonzalez, não é necessário que um professor de línguas tenha pleno conhecimento e domínio destes elementos, para se utilizar da Música como recurso no seu ensino. Basta aceitar a importância da Música na educação, compreendendo que ela favorece o seu trabalho e facilita a assimilação, por parte do aluno. Intuitivamente, o aluno de língua estrangeira ampliará o seu vocabulário (memória), treinará a sua pronúncia (dicção) e se tornará desembaraçado (espontâneo), perdendo aquela famosa "vergonha de falar errado". Espontaneidade, enfatiza a Mt. Harley, é aspecto essencial para o desembaraço na conversação, na aprendizagem de idiomas. Um exemplo típico, é quando observamos jovens, adultos e crianças, cantando canções de rádio, de filmes e novelas, em inglês, espanhol, italiano, etc., sem nem mesmo ter estudado estas línguas estrangeiras anteriormente, e, portanto, sem saber o seu significado. A justificativa para este fato é o seguinte: no "processo" de ouvir e repetir (sim, pois "repetir é didática"), a memória vai "arquivando" inconscientemente as palavras e/ou frases; mesmo que não sejam cantadas com a afinação adequada, e mesmo que não conheçam seu significado. Mas, intuitivamente, num momento posterior a este "arquivamento", este "processo" facilitará, se não num todo, pelo menos parte do processo de Aprendizagem da Língua Estrangeira em questão. Na sala de aula, esta Aprendizagem poderá seguir o seguinte esquema: 1. Audição, da canção escolhida (2 vezes pelo menos, para que possa ser bem assimilada, sentida). 2. Repetição Rítmica desta canção (em tá, tá, tá, por exemplo). O movimento rítmico corporal, neste momento, é quase incontrolável. 3. Novamente, Audição. 4. Repetição Melódica (em bocca chiusa - termo italiano que significa boca fechada, murmurando -, ou em lá, lá, lá). 5. Repetição em partes (frases, por exemplo). 6. Cantar a Música inteira (quantas vezes o professor achar necessário, cuidando para que não canse o aluno - o que poderia trazer aversão à música e/ou a esta atividade, prejudicando a Aprendizagem, tanto para o professor, quanto para o aluno. Seguindo este esquema sugerido, pela Musicoterapeuta Harley Lavagnini Gonzalez, o aluno desenvolve, então, espontaneamente, a atenção, a memória, e a linguagem, atingindo, deste modo o(s) objetivo(s) do professor de Língua Estrangeira. Para Kant, "desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele é capaz", é a meta da educação. Gerard Ducourneau (Musicoterapeuta francês) afirma: "sem utilizar a música não é possível atingir essa meta, pois nenhuma outra atividade consegue a tal ponto levar o indivíduo a agir". (MACHADO,Núria, l994, p.19). E continua: "A função da música não é substituir o restante da educação, e sim atingir o indivíduo em sua totalidade". (MACHADO, Núria, l994, p.19). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BADDOCK, Barry J. A Musical approch to Free Language Use, from English Teaching, vol. XXIII, no. 3, july l985. (p.41-42) 2. DAWSON, Collin. Teaching English as a Foreign Language ( A Practical Guide). 3. DUCOURNEAU, Gérard. Introdução à Musicoterapia. 1º. ed. Manole, S.P., l984. 4. Entrevista com a Musicoterapeuta Harley Lavagnini Gonzalez. Junho de 1998, Natal, R/N. 5. GONZALEZ, Harley L. A Musicoterapia e o Objeto Intermediário. F.A.P. Curitiba, l997. 6. Mc DONALD, David. Singing Can Break the Conversation Barrier, from English Teaching Forum, vol. XXII, no. 1, january 1984. (p.35) 7. MACHADO, Núria P. Introdução à Musicoterapia. Clínica-Escola de Musicoterapia. Curitiba, l994. 8. OSTOJIC, Branko. Music can Help, from English Teaching Forum, vol. XXV, no. 3, july 1987. (p.50-51) 9. PAUL, David. Songs and Games for Children. Heinemann English Language Te. 10. PRIOLLI, Maria Luisa de M. Princípios Básicos da Música para a juventude. Casa Oliveira de Músicos Ltda. V.1, R.J., 1984. 11. REILLY, Vanessa & et. Al. Very Young Learners. Editora Resource Books for Teachers. Series Editor - ALAN MALEY. Oxford University Press 1997. 12. RUUD, Even. Caminhos da Musicoterapia. Summus, S.P., l990. 13. RUUD, Even. Música e Saúde. Summus, S.P., 1991. 14. STEFANI, Gino. Para Entender a Música (traduzido do original italiano "Capire la Musica", l985). 1º. Ed. Ed. Globo, R.J., l987. ENTREVISTA COM A MUSICOTERAPEUTA HARLEY LAVAGNINI GONZALEZ SOBRE A MÚSICA NO APRENDIZADO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA 1. O QUE É MÚSICA? R: Existem muitas definições para a MÚSICA. Por exemplo: "A Música é a arte dos sons". Mas no que se refere a este trabalho científico, a Música é um recurso para a aprendizagem. É o instrumento do professor de língua estrangeira, que possibilitará ao aluno aprender o idioma escolhido, com maior facilidade. Ou seja, a música é um facilitador na educação; neste caso, da língua inglesa. 2. QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A MÚSICA PODE TRAZER PARA A APRENDIZAGEM? R: O benefício maior é a Estimulação. A Música, através de canais inconscientes, viabilizará a Aprendizagem, quebrando qualquer barreira do consciente. A estimulação da linguagem através da música nas "pessoas de audição normal" (conforme disse Even Ruud, no seu livro "Música e Saúde"), é ponto pacífico. 3. EXISTE IDADE PARA QUE ALGUÉM QUE QUEIRA APRENDER INGLÊS SEJA ESTIMULADO PELA MÚSICA? R: Na realidade, não. Portanto, quanto mais cedo , mais fácil será esta Aprendizagem. Um exemplo disso é o curso de Inglês fornecido nas bancas de revistas, produzido pela Walt Disney: "Magic English". É uma série de vídeos K-7, com vários temas, com duração média de 20 minutos. Neste curso, é ensinado às crianças de 6 meses em diante, que fixados nos desenhos animados, da TV , ficam atentos, parando até mesmo de chorar, se assim estiverem. Posso citar o meu sobrinho de 1 aninho de idade, que aos 6 meses, quando chorava, sua mãe, que é professora de Inglês de uma escola conceituada em Curitiba/PR, colocava para ele uma fita deste curso de Inglês, e, então, o neném que parava no mesmo instante que escutava o assovio do "Peter Pan". Era incrível de se ver! E, no decorrer do desenho, ele sorria várias vezes, dançava, balbuciava sons, como se quisesse repetir, com os olhos fixos na tela de TV, e não adiantava o que fizéssemos para tirar-lhe a atenção, ou que barulho tivesse na casa, ele mantinha-se atento no decorrer do desenho que estivesse assistindo. Logicamente ela não colocava o neném para ver desenho somente quando ele chorava. Este é apenas um exemplo do que os efeitos e recursos usados neste curso (Magic English) é capaz de fazer. Estas fitas de vídeo, são reedições de desenhos conhecidos da Walt Disney, onde os elementos principais utilizados para a Aprendizagem são os sons e as músicas; sim, pois as imagens, embora muito importantes nesse caso, não teriam efeito algum, se não houvesse o SOM CIENTIFICAMENTE E TECNICAMENTE, UTILIZADOS por conhecedores em recursos sonoros PARA A APRENDIZAGEM DO INGLÊS, absorvendo a "atenção" tanto de crianças quanto de adultos, que além de ouvirem, repetem as palavras e as canções, segundo instruções/indicações, das próprias lições das fitas de vídeo. 4. É NECESSÁRIO QUE UM PROFESSOR DE LÍNGUAS CONHEÇA MÚSICA PARA UTILIZÁ-LA COMO RECURSO NA SALA DE AULA? R: Não. Não é necessário que um professor de línguas tenha pleno conhecimento de música e dos seus elementos, para utilizá-la como recurso no seu ensino em sala de aula. Basta que o professor aceite a importância da música na educação, compreendendo que ela favorece o seu trabalho e facilita a assimilação, por parte do aluno. Intuitivamente, o aluno de língua estrangeira ampliará o seu vocabulário (memória), treinará a sua pronúncia (dicção) e se tornará desembaraçado (espontâneo), perdendo aquela famosa "vergonha de falar errado". 5. QUAL É, NA SUA OPINIÃO, O ASPECTO MAIS IMPORTANTE PARA A APRENDIZAGEM DE UM IDIOMA? R: A Espontaneidade é aspecto essencial para o desembaraço na conversação e na aprendizagem geral de um idioma. Um exemplo típico, é quando observamos jovens, adultos e crianças, cantando canções de rádio, de filmes e novelas, em inglês, espanhol, italiano, etc., sem nem mesmo terem estudado estas línguas estrangeiras anteriormente, e, portanto, sem saber o seu significado. A justificativa para este fato é o seguinte: no "processo" de ouvir e repetir (sim, por "repetir é didática"), a memória vai "arquivando" inconscientemente as palavras e/ou frases; mesmo que não sejam cantadas com a afinação adequada, e mesmo que não conheçam seu significado. Mas, intuitivamente, num momento posterior a este "arquivamento", este processo facilitará, se não num todo, pelo menos parte do processo de Aprendizagem da Língua Estrangeira em questão. 6. POR QUE A ESTIMULAÇÃO ATRAVÉS DA MÚSICA É, NA SUA OPINIÃO, TÃO IMPORTANTE? R: Porque desenvolve no aluno, espontaneamente, a atenção, a memória e a linguagem, atingindo, deste modo os objetivos do professor da Língua Estrangeira. 7. QUE INSTRUÇÕES OU RECOMENDAÇÕES VOCÊ DARIA PARA A APLICAÇÃO DA MÚSICA EM SALA DE AULA, NO APRENDIZADO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA, NESTE CASO, DA INGLESA? R: Na sala de aula, esta Aprendizagem poderá seguir o seguinte esquema: l. Audição, da canção escolhida (2 vezes pelo menos, para que possa ser bem assimilada, sentida). 2. Repetição Rítmica, desta canção (em tá, tá, tá, por exemplo). O movimento rítmico corporal, neste momento, é quase incontrolável. 3. Novamente, Audição. 4. Repetição Melódica (em bocca chiusa - termo italiano que significa boca fechada, murmurando -, ou em lá, lá,lá). 5. Repetição em partes, da canção (frases, por exemplo). 6. Cantar a música inteira (quantas vezes o professor achar necessário, cuidando para que não canse o aluno - o que poderia trazer aversão à música e/ou a esta atividade, prejudicando a Aprendizagem, tanto para o professor, quanto para o aluno. Ivanilda Camargo e Harley Lavagnini Gonzalez Natal/R.N. - 2000

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