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domingo, 28 de outubro de 2012

Explosões, pancadas ou objetos podem perfurar o tímpano


Objetos colocados indevidamente dentro do ouvido, como um lápis, por exemplo, podem causar traumas e perfurar a membrana timpânica. Explosões, pancadas, mergulhos profundos ou acidentes podem causar um aumento ou redução repentina da pressão dentro do ouvido, fato que também pode causar danos ao tímpano. “A ruptura desta membrana causa perda auditiva condutiva, já que a vibração não acontece e os sons não são transmitidos pela via auditiva”, destaca a otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR.

Por Rita de Cássia C. Guimarães
09 de setembro de 2011

Grupo de informação a pessoas com zumbido - GIPZ

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Política Nacional de Educação Permanente do SUAS

DIVULGANDO!

"Olá pessoal!!!
Compartilho este material que recebi do CNAS, peço a gentileza de ampla divulgação!!!
Nesta reunião do dia 25 de Abril de 2012, estive em Brasília representado nossa profissão (UBAM). Nesta reunião todas as despesas: Hospedagem e viagem foram custeadas pelo MDS. O que expressa uma das estratégias de implementação da Musicoterapia no SUAS, responsabilizar o estado por viabilizar condições para participação e representação política dos/as trabalhadores/as do SUAS.
O texto final desta discussão será publicado em 2013.
Qualquer dúvida estou à disposição!!
Att,
Obs: Por gentileza, quem tiver me passe o contato do Paulo Suzuki, para que eu possa encaminhar estes materiais a ele, pois os Mtps de SP tem o FACE do MT/SUAS é interessante estarmos articulados.

Jakeline Silvestre Fascina Vitor

Musicoterapeuta

jakefascina@hotmail.com"


A Política Nacional de Educação Permanente do SUAS
Brasília, 25 de outubro de 2012


Na última reunião ordinária do CNAS, o conselheiro José Crus apresentou, na durante na Comissão de Política, o processo de construção do texto da Política Nacional de Educação Permanente do SUAS destacando as seguintes etapas: a elaboração do texto preliminar da Política no âmbito da SNAS, em 2010; a apresentação do referido texto no CNAS e a apresentação e entrega do texto preliminar da Política na VIII Conferencia Nacional de Assistência Social, em 2011. O coordenador informou sobre a realização pelo CNAS, em parceria com o MDS, de uma oficina para aprofundamento e discussão do texto preliminar dessa política, em dia 25 de abril de 2012 tendo como participantes: Instituições de Ensino Superior, associações de ensino e pesquisa, entidades de classe; fóruns dos Trabalhadores do SUAS; CONGEMAS; FONSEAS e outros colaboradores do MDS e CNAS.

Após realização dessa oficina, o CNAS instituiu o Grupo de Trabalho, por meio da Resolução CNAS nº 19, de 6 de junho de 2012, com o objetivo de sistematizar o texto da Política Nacional de Capacitação e Educação Permanente do SUAS a partir das contribuições oriundas da referida oficina. Integraram o GT a conselheira Jane Clemente e conselheiro José Crus. Os Convidados e colaboradores do GT foram a Assistente Social e Profa. Esther Lemos, representante do Fórum Nacional dos Trabalhadores do SUAS (FNTSUAS), a Profa. Jucimeri Silveira- PR, a Profa. Stella Ferreira – SP e a Profa. Joaquina Barata - PA. Foram realizadas cinco reuniões, sendo que as atas das mesmas encontram-se disponíveis no CNAS.

O Conselheiro José Crus, representando o Grupo de Trabalho, apresentou na Comissão de Política, no dia 16/10, o documento sistematizado da Política Nacional de Educação Permanente do SUAS, detalhando as contribuições recebidas nesse processo de construção, conduzido de forma democrática e participativa. Pontuou aspectos que contribuíram para a melhor definição dos princípios e diretrizes dessa política para o desenvolvimento de percursos formativos no âmbito do SUAS, visando contribuir com o aprimoramento da gestão e com a qualidade da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios socioassistenciais e, ainda, a valorização dos trabalhadores do SUAS.

O documento será avaliado para a devida deliberação no início do ano de 2013, tendo em vista a priorizacão dos debates sobre a NOBSUAS ate o final de 2012.



Conselho Nacional de Assistência Social
http://www.mds.gov.br/cnas

Caso não queira mais receber o Informe CNAS, favor responder para cnas.informa@mds.gov.br

Doutorado em Música na UFMG - Compartilhando

Prezados colegas,

Estamos, agora oficialmente, com o doutorado em Música aberto na Escola de Música da UFMG. A primeira turma, com entrada para o 1o semestre de 2013, tem o prazo de inscrição até 31 de outubro de 2012.

Para maiores informações, favor consultar o site da Escola de Música - Pós Graduação
www.musica.ufmg.br/mestrado.html

Informo que, embora a Musicoterapia não conste como uma das linhas de pesquisa, é possível desenvolver um trabalho de Pesquisa em Musicoterapia dentro de algumas das 5 linhas existentes assim como ocorre com o Mestrado:

Processos Analíticos e Criativos
Estudos das diversas modalidades do fazer musical, articulando suas instâncias de criação e de análise a partir de uma abordagem que privilegia processos e materiais tais como composição, elementos de estruturação, escritura e técnica instrumentais, arranjo, fonografia, concepções interpretativas, multimeios.

Música e Cultura
Estudos dos fatos sonoro-musicais como fatos de cultura e instâncias de produção de grupos sociais, de modo que as abordagens estéticas os percebam como indissociáveis da trama de relações históricas, culturais e sociais em que estão inseridos.

Performance Musical
Estudos que têm como foco principal a performance de um repertório e sua investigação a partir de matrizes teóricas variadas (históricas, estilísticas, pedagógicas, culturalistas, sonológicas, organológicas etc.), visando tanto o aperfeiçoamento técnico e interpretativo quanto o desenvolvimento de discussões teóricas.

Educação Musical
Estudos e reflexões sobre processos e práticas de ensino e aprendizagem musical envolvendo fundamentos, valores, metodologias; currículos e avaliação; aspectos filosóficos, psicológicos e sociológicos do fazer musical.

Sonologia
Estudo do material acústico em sua vinculação com as produções e atividades musicais, abordando problemas de criação/produção, análise, percepção e epistemologia. Utiliza conhecimentos das artes e das ciências exatas, humanas e biológicas bem como métodos variados, do processamento digital de sinais à escuta reduzida. Abriga projetos de caráter analítico, criativo, crítico, estético ou histórico dedicados à extração e processamento de informação musical, sistemas musicais interativos, cultura e história da escuta.

Abçs,

Renato


Renato Tocantins Sampaio
Professor Assistente – Escola de Música
Universidade Federal de Minas Gerais
renatots@musica.ufmg.br

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Musicoterapia mostra eficácia tratando sintomas da fibromialgia Pacientes submetidos à terapia musical tiveram redução de dor e depressão.

POR MINHA VIDA - PUBLICADO EM 27/05/2011

Pesquisadores da Universidad de Granada, Espanha, provaram que musicoterapia, quando combinada a outras técnicas de relaxamento, reduz significantemente dor, depressão e ansiedade e melhora o sono entre portadores de fibromialgia.

O estudo teve 60 pacientes que sofrem de fibromialgia, escolhidos aleatoriamente na Espanha e divididos em dois grupos. Durante quatro semanas, foram aplicadas em um dos grupos uma técnica de relaxamento com imagens e musicoterapia, em uma série de sessões conduzidas por um pesquisador.

Esse grupo de pacientes recebeu um CD para ouvir em casa. Em seguida, os pesquisadores mediram uma série de variáveis associadas aos principais sintomas da fibromialgia, como a intensidade da dor, qualidade de vida, o impacto da doença na vida diária do paciente, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e bem-estar.

Enquanto o grupo que não foi submetido à terapia não relatou mudanças na dor, o outro grupo, que passou pela musicoterapia, teve redução significativa de dor e depressão depois das quatro semanas de tratamento.

Os estudiosos acreditam que existem ferramentas - como a arte de relaxamento, com imaginação guiada e musicoterapia receptiva - que são, efetivamente, eficientes no tratamento dos sintomas dessa doença. O baixo custo, fácil implementação e o fato de que os pacientes podem se envolver em seu tratamento em casa são algumas das vantagens dessa técnica.

O próximo passo do estudo é descobrir outras variáveis fisiológicas associadas ao bem-estar gerado por essas duas técnicas e o impacto da participação dos pacientes em seu próprio tratamento.

"A música atinge em cheio o sistema límbico, região do nosso cérebro responsável pelas emoções, pela motivação e pela afetividade", explica Maristela Smith, coordenadora da Clínica de Musicoterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo. Esse é ponto chave da musicoterapia: um método que usa o passado sonoro para tratar males de todo tipo. "Pacientes portadores do Mal de Alzheimer, por exemplo, resgatam aspectos da memória através de canções e sons de rotina", diz a especialista.

O tratamento é altamente indicado para pessoas que apresentam distúrbios de comunicação (como transtornos de fala e gagueira); de comportamento (como hiperatividade); neurológicos, lesões cerebrais e dislexias. Nem as doenças mentais, como autismo infantil, esquizofrenia e depressão, resistem a uns bons acordes.

A terapia com as notas musicais divide-se em etapas: a musicodiagnóstica, em que são coletados dados relativos a historia pessoal, clínica e sonoro-musical do paciente. Em seguida, o especialista detalha seus objetivos e submete ao paciente seu plano de ação. Começa, então, a etapa de tratamento em uma sala especial, com acústica adequada. As sessões incluem música e recursos sonoros variados de CDs, vozes, instrumentos e até mesmo ruídos. O especialista avalia a reação do paciente diante de cada som, documenta tudo e vai comparando os resultados com seu projeto inicial.

"Efeitos positivos têm sido verificados logo nas 10 primeiras sessões, principalmente, no que diz respeito ao desenvolvimento da percepção global do paciente", avalia Maristela Smith.

FIBROMIALGIA

O que é Fibromialgia?
A fibromialgia é uma síndrome comum em que uma pessoa sofre de dores por todo o corpo por longos períodos, com sensibilidade nas articulações, nos músculos, nos tendões e em outros tecidos moles.

A fibromialgia também está relacionada à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.

Causas
A causa é desconhecida. As possíveis causas ou os desencadeadores da fibromialgia incluem:

Trauma físico ou emocional
Resposta anormal à dor, em que áreas do cérebro responsáveis pela dor podem reagir de forma diferente em pacientes com fibromialgia
Distúrbios do sono
Infecção, como um vírus, embora nenhum tenha sido identificado
A fibromialgia é mais comum em mulheres com idade entre 20 e 50 anos.

As seguintes doenças podem acompanhar a fibromialgia ou imitar seus sintomas:

Dor crônica no pescoço ou nas costas
Síndrome da fadiga crônica
Depressão
Hipotireoidismo (tireoide inativa)
Doença de Lyme
Distúrbios do sono
Exames
Para ser diagnosticado com fibromialgia, é preciso ter pelo menos 3 meses de dor generalizada, além de dor e sensibilidade em pelo menos 11 de 18 áreas, incluindo:

Braços (cotovelos)
Nádegas
Peito
Joelhos
Região lombar
Pescoço
Caixa torácica
Ombros
Coxas
Os exames de sangue e urina geralmente estão normais. Entretanto, podem ser feitos exames para descartar outras doenças que apresentem sintomas similares.

Sintomas de Fibromialgia
A dor é o principal sintoma da fibromialgia. Ela pode ser leve ou intensa.

As regiões doloridas são chamadas de pontos de sensibilidade. Os pontos de sensibilidade se encontram no tecido mole da nuca, ombros, tórax, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos. A dor então se espalha a partir dessas áreas.
A dor pode ser percebida como profunda ou uma dor aguda e ardente.
As articulações não são afetadas, embora possa parecer que a dor venha das articulações.


Principais pontos de sensibilidade da fribromialgia
As pessoas com fibromialgia tendem a acordar com dores no corpo e rigidez. Em alguns pacientes, a dor melhora durante o dia e piora à noite. Outros pacientes sentem dor o dia inteiro.

A dor pode piorar com atividades, clima frio ou úmido, ansiedade e estresse.

Fadiga, estado deprimido e distúrbios do sono são observados em quase todos os pacientes com fibromialgia. Muitos afirmam que não conseguem dormir ou continuar dormindo e que se sentem cansados quando acordam.

Outros sintomas de fibromialgia podem incluir:

Síndrome do intestino irritável (SII)
Problemas de memória e de concentração
Dormência e formigamento nas mãos e nos pés
Palpitações
Redução na capacidade de se exercitar
Cefaleia tensional ou enxaqueca
Saiba mais
Vídeo: conheça os sintomas e o diagnóstico da fibromialgia
Fibromialgia: uma dor que não passa
Buscando ajuda médica
Consulte um profissional da área da saúde se tiver sintomas de fibromialgia. Reumatologistas e neurologistas ajudam no diagnóstico e no tratamento do problema.

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visão geral sintomas tratamento e cuidados convivendo (prognóstico) prevenção
Tratamento de Fibromialgia
O objetivo do tratamento é ajudar a aliviar a dor e outros sintomas, ajudando o paciente a enfrentar os sintomas.

O primeiro tipo de tratamento pode envolver:

Fisioterapia.
Programa de exercícios e preparo físico.
Métodos para alívio de estresse, incluindo massagem leve e técnicas de relaxamento.
Musicoterapia.

Se esses tratamentos não funcionarem, seu médico poderá prescrever um antidepressivo ou relaxante muscular. O objetivo da medicação é melhorar o sono e aumentar a tolerância à dor. O medicamento deve ser usado junto com exercícios e terapia comportamental. A duloxetina , a pregabalina e o milnaciprano são medicamentos aprovados especificamente para tratar a fibromialgia.

Entretanto, muitas outras drogas também são usadas para tratar a doença, incluindo:

Medicamentos anticonvulsivos
Outros antidepressivos
Relaxantes musculares
Analgésicos
Hipnóticos

A terapia cognitivo-comportamental é uma parte importante do tratamento. Com ela, você aprenderá a:

Lidar com pensamentos negativos
Manter um diário de seus sintomas e dores
Reconhecer o que agrava seus sintomas
Buscar praticar atividades agradáveis
Estabelecer limites
Os grupos de apoio também podem ser úteis.

Entre outras recomendações, estão:

Seguir uma dieta bem balanceada
Evitar cafeína
Manter uma boa rotina de descanso para melhorar a qualidade do sono (consulte: insônia)
Acupressão e acupuntura
Os casos graves de fibromialgia podem necessitar ser encaminhados a uma clínica de dor.

Expectativas
A fibromialgia é um distúrbio de longa duração. Às vezes, os sintomas melhoram. Outras vezes, os sintomas podem piorar e continuar durante meses ou anos.

Prevenção
Não há formas de prevenção para a fibromialgia.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

HOMENAGEM AO MEU PAI - Falecido em 18.09.2012



Meu pai ensinou minha família a cantar esta lindíssima canção a 4 vozes, enquanto morávamos em Minas Gerais, nos idos anos 70 a 80. Ensinou muitos outros amantes da música - leigos ou não - a catarem também... Onde quer que passávamos - nos vários lugares em que vivemos - nós cantávamos esta música como demonstração de amor pelo povo que nos acolheu... e pelas pessoas que marcaram nossas vidas. Coisas do meu pai! Ensinou através do exemplo, que a música era a melhor maneira de nós (família Gonzalez) expressarmos nosso amor aos nossos mais queridos. Que lição!

Adolescente sem braços toca violão com os pés e ganha bolsa de estudos George Dennehy foi premiado nos EUA com bolsa para formação artística. Vídeo que mostra ele tocando e cantando é sucesso na internet.

Um adolescente que nasceu sem os braços e aprendeu a tocar violão com os pés foi premiado com uma bolsa de estudos voltada à formação artística durante um festival realizado em Ashland, na Virginia (EUA).

George Dennehy toca violão com os pés durante evento na Virgínia (EUA) (Foto: Reprodução)

George Dennehy, de 18 anos, aparece em um vídeo interpretando uma música dos Goo Goo Dolls durante a Festa do Morango de Ashland.
Mais de 120 mil pessoas já assistiram ao vídeo, que vem sendo apresentado como um símbolo da capacidade de superação das pessoas (assista ao vídeo).

Coral em Patos de Minas, MG, ajuda a superar limites e preconceitos

'A música traz benefícios psicológicos e físicos', diz regente.
Coral existe desde 1995 e exerce um trabalho de socialização e aprendizado.


As aulas e apresentações de um coral de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, têm contribuído para a melhora de vida de muitos integrantes. Alguns alunos participam em família e relataram que é possível superar limites e quebrar preconceitos através da música. Segundo o regente Sérgio Cunha, alguns membros fazem parte do grupo desde a fundação e garantem que a música traz benefícios não só psicológicos, mas físicos também.
Ainda de acordo com Sérgio, o coral denominado ‘Vozes’ existe desde 1995 exerce um trabalho de socialização e aprendizado. O grupo, que conta atualmente com mais de 35 pessoas, faz apresentações sem fins lucrativos e tem em no repertório óperas, musicais e clássicos da música brasileira. “O coral é uma das minhas escolas e aprendo com as dificuldades dos alunos, o que contribuiu tanto para a minha formação quanto para a deles”, disse.
Maria das Graças Vieira tem 60 anos e participa do coral junto com a filha Tatiane Aparecida Vieira, de 28 anos. Ela contou que a as atividades no grupo musical mudaram completamente a vida delas e da família. “Aos 12 anos a Tatiane teve esclerose múltipla e parou de andar e enxergar e a música foi algo maravilhoso na vida dela, porque ela não saía de casa, não tinha amigos e nada para fazer. O coral a tem ajudado muito e também a mim”, contou.

Ela foi a primeira deficiente a entrar no conservatório e nós sofremos muito com o preconceito, mas hoje ela canta, toca piano e ainda fala três idiomas. E quando temos que tirar músicas estrangeiras, que são mais difíceis, ela me ensina em casa"
Maria das Graças, mãe de Tatiane Aparecida Vieira e aluna do coral

Maria das Graças contou, ainda, que o coral ajuda a lidar com as dificuldades. “Eu pretendo ficar no coral enquanto der porque é algo que me ajuda no dia a dia. Se tivesse coral todos os dias é algo que seria muito gostoso na minha vida. Quando me apresento eu me sinto alguém, me ‘sinto gente', me sinto feliz no meio de tanta gente me olhando cantar. O regente é exigente, mas aprendemos muito com ele”, comentou.
Para a filha Tatiane Aparecida, o coral é a segunda família. “Tenho muitas amizades e são pessoas com quem eu posso contar sempre. No dia em que não temos aula, eu e minha mãe sentimos falta”, disse.
Tatiane contou também que a participação no grupo influencia também no bem estar. “Fico menos estressada e cansada. Quando começamos a aquecer sinto que tudo muda porque ficamos com um astral melhor e saímos de lá sorrindo e brincando”, contou.
“Estar cantando e atuando é algo gostoso porque você não é mais a pessoa que é no dia a dia, você é o personagem”, concluiu a musicista.
Geralda de Freitas, que gosta de ser chamada como Naná, tem 75 anos de idade e é a integrante mais antiga do coral. Segundo ela, os dias em que têm aula são especiais. “O coral é tudo para mim, é o momento de estudo onde posso aperfeiçoar o canto e me traz realizações de vida. Gosto muito e não perco os ensaios e nem as aulas”, contou.

Integrantes disseram que o coral é como uma
segunda família. (Foto: Sergio Cunha/Arquivo pessoal)


“Faz bem para a saúde física e espiritual porque eu, por exemplo, que já estou na terceira idade, percebo que ajuda a minha memória, pois temos que estudar e decorar as músicas”, comentou.
Geralda finalizou ressaltando que enquanto tiver condições estará no coral uma vez que, segundo ela, é algo que a completa. “Nas apresentações me sinto realizada e alegre porque vemos que o público gosta, aplaude, comparece e vemos que eles apreciam muito a música clássica. Sempre que o coral faz qualquer apresentação o ambiente sempre está repleto e recebemos muitas palavras de incentivo do público. Sentimos que estamos passando uma mensagem de alegria”, contou.
Terezinha Maria de Magalhães tem 66 anos e participa há cinco anos do coral junto com duas filhas. Ela afirmou que muita coisa mudou desde então. “Mudou no bem estar físico e mental, porque às vezes estou chateada e quando vou para o coral esqueço tudo. A gente se transforma”, comentou.
“O coral é um momento de relaxamento e ajuda também na saúde física porque trabalhamos a postura e respiração também. No caso da minha mãe ajudou muito porque antes ela era muito agitada e nervosa”, destacou uma das filhas de Terezinha, Maristela Magalhães.
A irmã de Maristela, Gisele Magalhães, reafirmou o que foi dito pela mãe. “Depois de um dia estressante de trabalho participo do coral e acaba sendo como uma terapia. Não consigo viver sem, não há como me desligar da música, pois está na alma”, disse.
Assista uma das apresentações do coral clicando no link.
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Pedreiro do ES aprende a tocar piano sozinho e conquista sonho

Operário começou a trabalhar em uma casa onde havia aulas de piano.
Talento rendeu aulas profissionais gratuitas.


Quando começou a trabalhar em uma obra no Centro de Vitória, o ajudante de pedreiro Rony Chagas não imaginava que o serviço o ajudaria a conquistar o sonho de ser pianista. No segundo andar da casa em reformas, a melodia do piano tomava o canteiro de obras e despertava a curiosidade do trabalhador. Sem nunca ter feito aulas, o jovem confessou que aprendeu a tocar "de ouvido", em um teclado antigo de seu irmão, mas a vontade e a curiosidade sobre o instrumento acabaram rendendo ajuda profissional.
"Eu ficava com vontade de tocar, mas tinha vergonha de pedir para fazer isso. Conhecia um pouco sobre piano, sabia tocar um pouquinho", disse. Não demorou muito para a dona da residência descobrir o desejo do trabalhador. "Um dos pedreiros me abordou e falou que o Rony também sabia tocar piano. Então convidei ele a tocar", contou a dona da residência, Alba Aguiar. Aos 19 anos, era a primeira vez na vida que o rapaz chegava tão perto de um piano.
"Vi que ele é de corda, que tem umas marretinhas dentro que batem quando a gente toca, eu não sabia de nada disso", explicou o pedreiro. A cada música tocada, o encantamento e a surpresa se tornavam maiores para o rapaz, que nunca teve aulas de piano.
Apesar de não saber a maioria dos nomes dos compositores e das músicas que toca, Rony disse que aprendeu a tocar observando outros músicos. "Eu olhava muito a posição da mão esquerda dos pianistas, que ficavam sempre em uma sequência", disse.


Trabalhadores e moradores da casa de reúnem para ouvir as músicas tocadas pelo pedreiro. (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

Ajuda profissional
Uma das músicas tocadas pelo pedreiro foi filmada e enviada para a Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames). Uma professora gostou e o rapaz foi convidado a fazer aulas gratuitas de piano. "Com poucas explicações, ele já está lendo as frases dos ritmos, isso com muita rapidez e corretamente. Significa que ele tem um potencial imenso e realmente raro", explicou a professora de piano Raquel Moraes.
Na casa em obras, o horário do almoço dos trabalhadores se tornou o momento de apresentações do jovem pianista, que deixa um pouco a enxada de lado e exercita os dedos e a mente tocando o instrumento. Na plateia, os colegas de trabalho e os moradores da residência se reúnem para ouvi-lo.
"Para mim foi impressionante ver esse trabalhador, uma pessoa simples, com toda uma história de vida, tocando dessa maneira. É muito bom ouvir a música dele", revelou a secretária da casa, Romilda Caldeira.

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MEDICINA E AFETO - DRA LUCIA V. BRAGA

Lúcia Villadino Braga
Medicina e afeto


Neurocientista que tratou Joãosinho Trinta, Herbert Vianna e Marcos Menna diz que a recuperação está também em entender o paciente

Celina Côrtes

A gaúcha Lúcia Villadino Braga vai ter um papel de destaque no desfile da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Graças a ela e sua equipe, do Rede Sarah, em Brasília, Joãosinho Trinta voltará a derramar sua criatividade no desfile da Escola de Samba Vila Isabel, reabilitado de seu segundo acidente vascular cerebral, ocorrido no início de 2005. Joãosinho, os vocalistas das bandas Paralamas do Sucesso, Herbert Vianna, e do L.S Jack, Marcos Menna, são três famosos na multidão de anônimos que usufruiu do método desenvolvido por Lúcia, uma loura de cabelos escorridos e vivos olhos azuis que mais parece integrante de um grupo de rock dos anos 70. A simpatia é irradiante. O maior segredo de seu método é o afeto. “Gosto de cada paciente”, confessa essa neurocientista de 47 anos, casada, três filhos e uma neta.

Lúcia chegou ao Sarah em 1977 convicta de que poderia usar a música, sua formação primeira, para reverter os danos das lesões cerebrais em crianças. Tem mestrado em psicologia e pedagogia e é doutora honoris causa da Universidade de Reims, na França. Misto de sangue alemão, italiano e indígena, é uma workaholic da comunidade internacional de neurocientistas e acompanha de perto as pesquisas com células-tronco neuronais, ainda restritas aos animais. Quando ISTOÉ chegou em seu gabinete, ela recebia o e-mail de um empresário de Houston (Estados Unidos), cansado de procurar tratamentos para seu filho, de 17 meses, com lesão cerebral. “As pessoas vêm para cá atrás de uma abordagem humanista, associada a equipamentos de Primeiro Mundo”, observa. Lúcia fica no hospital 14 horas diárias. Fora do trabalho, também se dedica a atividades diferenciadas. Ela esfria a cabeça a 20 metros de profundidade, em mergulhos no mar. E para as raras horas vagas se dedica a uma coleção de instrumentos, do piano à guitarra. “Já toquei violino e oboé.” Em suma, é uma artista.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? A sra. ajudou a devolver Joãosinho Trinta ao Carnaval 2006. Como foi a recuperação dele?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia Villadino Braga

Lúcia Villadino Braga – Ele veio pela primeira vez ao hospital em agosto de 1996. Tinha sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) um mês antes, com uma hemeparesia (comprometimento leve em que a pessoa perde o controle de uma parte do corpo) direita, que causou distúrbio de linguagem. Tinha dificuldade para falar e caminhar. Naquele tempo, ainda não havia ressonância funcional, exame que nos permite ver o cérebro em funcionamento e verificar as soluções encontradas pelo próprio órgão para contornar os danos. Seu programa de reabilitação foi feito em cima do Carnaval, o que ele mais adora. Recuperou-se e voltou à avenida. Em novembro de 2004, passou mal e teve de ser internado de novo, quando comentou que havia mudado muito e estava mais disciplinado. Em março de 2005, teve uma hemeparesia esquerda. Veio em um estado muito grave, com dores, praticamente sem movimentos.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? O Carnaval voltou a direcionar o tratamento?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Dessa vez, não dava nem para avaliar seu raciocínio. Ele mal conseguia falar. Era difícil ouvir sua voz. Mas Joãosinho tem muita vontade de viver, de ser feliz. Começamos a recuperação em cima da concepção do Carnaval. Assim que sua voz recuperou um certo nível de intensidade, trabalhamos por telefone e e-mail. Ele se saiu muito bem. A região que comanda o movimento foi bem afetada, mas já é capaz de andar. Vai cruzar a avenida em um carrinho motorizado e trabalhará como carnavalesco. Passou o Natal em casa e volta para cá depois do Carnaval. Todos os pacientes o adoram. Quase montou uma escola de samba no hospital e está levando um grupo de cadeira de rodas para desfilar.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Joãosinho sofreu dois AVCs. Não há risco de reincidência?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – A reincidência de AVC é comum. Quando a pessoa sofre o primeiro, tem de fazer exames para apurar se há tendência genética e tomar muito mais cuidado. Ele está bem orientado, em termos de dieta, medicação e de evitar o stress. Deve ter acompanhamento permanente. Coordeno uma equipe multidisciplinar, de quase 60 pessoas. Seis a oito ficam mais próximas do paciente.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Quais as alternativas criadas para o Herbert Vianna?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Fizemos a ressonância funcional e vimos que, no início do tratamento, em julho de 2001, ele usava mais as áreas da visão e do ritmo. Para cantar e lembrar da música, em vez de usar as partes lesadas, ele recorria à porção do cérebro associada a imagens e ao cerebelo, que é ligado ao ritmo. Estabelecemos o programa junto com ele e a família. Vimos a lesão se modificar à medida que ele melhorava. Passou a usar mais as áreas de abstração e decisão, como os lobos parientais e frontais, e construiu estratégias para se lembrar. Hoje ele compensa muito bem os danos que sofreu. Fez dois períodos de internação e mantém um acompanhamento. O mais importante para ele é cuidar dos três filhos e voltar à música. Sua evolução é permanente.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Como ele estava quando chegou ao hospital?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – O acidente de ultraleve foi em fevereiro de 2001 e ele ficou internado aqui de julho a agosto. Voltou em outubro e vem ao hospital periodicamente, a última vez em dezembro. Herbert sofreu dois tipos de lesão, uma na medula, e por isso não caminha, e outra, significativa, no lóbulo temporal esquerdo. Essa área do cérebro está ligada à memória. Foi isso que perdeu. Herbert é muito inteligente e criativo e manteve essas características. Ele chegou em estado muito grave. Tocava uma música e, quando acabava, dizia “lembrei outra” e repetia a música. “Lembrava” outra e voltava a tocar a mesma. Isso podia durar até uma hora, sem que percebesse. Eu falava com ele, voltava meia hora depois e, com jeito educado, se desculpava, mas dizia não se lembrar de mim.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Herbert vai continuar a melhorar?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – A memória está ligada à atenção e ao desejo de reter a informação. Depois de uma lesão, isso se torna mais difícil. Mas Herbert sempre sabe tudo o que se refere ao Paralamas e aos filhos. Perguntas da vida cotidiana são mais difíceis. Havia um conceito de que as pessoas recuperavam muito nos primeiros seis meses, depois estacionavam. Não é isso o que noto. A recuperação não pára. Fazemos avaliações periódicas e cada vez ele está melhor. Vai continuar melhorando. O importante é que está tocando a vida, sustenta a família, compõe e já lançou três CDs depois do acidente.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Como está sendo a reabilitação do vocalista Marcos Menna (ele fez uma lipoaspiração em 2004, teve um choque anafilático e uma parada cardiorrespiratória que durou 20 minutos. O cérebro deixou de ser irrigado, comprometendo parte de suas funções)?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – O choque aconteceu em agosto de 2004 e ele ficou aqui de 31 de agosto a 22 de dezembro. Em 2005 voltou várias vezes. Sofreu uma lesão difusa, na qual não há um foco específico e sim um comprometimento amplo do cérebro. Quando chegou, não falava, não coordenava o movimento da boca e se alimentava por traqueostomia. Sua lesão pegou o movimento, a área da deglutição e diversas outras. Mas acreditamos em sua melhora. Hoje, ele já tem plena consciência de ser músico e canta bem.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? A música foi o tratamento?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Ele tinha movimentos involuntários do corpo e dificuldade com a voz. Na última vez que esteve aqui, cantou junto com o CD. Temos um software no qual podemos comparar a voz dele à gravação. Já consegue fazer o que fazia. Aqui ele, além da fonoaudiologia e fisioterapia, está sempre tocando. Quer voltar a ser músico. Não o perturbo para fazer outras tarefas, mas sim o que gosta.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Como a sra. entrou nessa área?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Quando procurei o Sarah, em 1977, acreditava que podia recuperar crianças com lesão cerebral por meio da música. Comecei a trabalhar e passei a aprender com os pacientes e suas famílias. Na verdade não sabia nada e talvez hoje saiba menos ainda. Quanto mais estudo, mais dimensiono minha ignorância. Quando comecei, a ciência no Brasil ainda era muito primitiva, nem havia tomografia computadorizada. Quando vi as primeiras tomografias fiquei surpresa porque crianças com quadros graves de paralisia cerebral pareciam normais no exame, ainda muito rústico. A tecnologia evoluiu e hoje podemos ver todas as alterações cerebrais.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Qual é o diferencial de seu trabalho?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Percebi a necessidade de ouvir as pessoas, aprender e tentar entendê-las. Lembro-me de um atendimento com uma criança quando ainda usava mais música. Comecei a tentar técnicas de livros, mas nada funcionava. Olhei nos olhos da menina e percebi: qual a minha de vir com uma técnica de fora para dentro? Eu a peguei no colo e passei a interagir com ela. Foi muito legal. A maior mudança esses anos foi ter mais tecnologia para diagnóstico, prognóstico e tratamento, além do aprofundamento de procurar enxergar o outro e compreendê-lo.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Como acontece a reabilitação de dentro para fora?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Substituímos as redes neuronais. Hoje sabemos que temos redes neuronais, do cérebro, usadas para falar, memorizar, planejar, uma para cada atividade. De início, a ressonância funcional fez um mapeamento cerebral. Percebi que a técnica podia mostrar os caminhos que o cérebro encontra para se reorganizar. Comecei a ver que, quando o cérebro sofre algum impacto, a pessoa tenta usar outras áreas para manter a memória. Tive um paciente que usava áreas da visão para se lembrar. Então, usei estímulos visuais para reforçar a rede neuronal que já estava sendo desenvolvida. Assim, a reabilitação passa a ser de dentro para fora. Reforçamos os caminhos que os próprios neurônios fazem. Se alguém tem um problema de memória, temos de saber qual o contexto profissional da pessoa. Ela vai usar o cérebro para sua atividade.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? O envelhecimento do cérebro explicaria a perda de memória?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Assim como o corpo, o cérebro deve estar sempre em exercício. O envelhecimento do cérebro é muito questionável. Se a pessoa continua exercitando, isso se soma à experiência de vida. O cérebro só decresce quando há uma patologia, como o mal de Alzheimer.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Qual é a melhor maneira para exercitar a memória?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Há uma idéia de que, com a idade, a pessoa perde a memória, principalmente a partir dos 45 anos. Nessa faixa etária costumamos assumir grandes responsabilidades profissionais, além das responsabilidades de vida. É uma etapa de muito stress, que influi na memória. Se a mãe esquece a mamadeira no fogo, está estressada. Se é a avó, está gagá. É puro preconceito. Muitas vezes uma pessoa de 50 anos se queixa que a memória está pior do que a da mãe, com 75 anos. Porque a mãe já não está sob stress. Temos de exercitar a memória dentro de nosso contexto. Ler, discutir sobre assuntos de cada foco de interesse. Quando a pessoa discute, exercita sua rede neuronal.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Qual sua pesquisa mais recente?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – Ela acaba de ser publicada no livro The child with traumatic brain injury or cerebral palsy (editora Taylor & Francis), lançado este mês na Inglaterra (ainda não disponível no Brasil). Foi o resultado de pesquisas de treinamento de família. Dividimos um grupo de crianças em dois: um foi tratado pela equipe e outro pela família, que aprendia nossos métodos. Tudo virou uma brincadeira agradável no contexto da criança. As que foram tratadas por um ano pela família tiveram desenvolvimento cognitivo e motor muito melhor. O papel dos pais de ensinar a criança a andar é natural. Depois de uma lesão, a família é normalmente excluída, quando não precisa ser. O livro é resultado dessa metodologia, que prova a importância do afeto na recuperação.

ISTOÉ -
ISTOÉ ? Que avanços as pesquisas com célula-tronco ainda podem trazer para a recuperação de lesões cerebrais?

LÚCIA VILLADINO BRAGA -
Lúcia – As perspectivas são fantásticas. Até a célula nasal pode se transformar em célula neuronal. Mas as pesquisas ainda são feitas em animais. No fim de 2005 participei de uma reunião nos Estados Unidos com neurocientistas para avaliar que rumos vamos tomar. A tendência mundial é a de ainda não transpor as experiências para o ser humano porque a célula neuronal é muito complexa. Estamos trabalhando com neuromarcadores. Vamos injetar células-tronco neuronais que serão marcadas para vermos para onde elas vão migrar. Quando tivermos mais segurança do local correto onde injetar e de como controlar sua migração – o que pode levar entre um e dez anos –, podemos partir para pesquisas em humanos. O bom é que a comunidade científica trabalha muito ligada, compartilhando as informações.

Musicoterapia em Evidência - Mt. Harley