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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Coral em Patos de Minas, MG, ajuda a superar limites e preconceitos

'A música traz benefícios psicológicos e físicos', diz regente.
Coral existe desde 1995 e exerce um trabalho de socialização e aprendizado.


As aulas e apresentações de um coral de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, têm contribuído para a melhora de vida de muitos integrantes. Alguns alunos participam em família e relataram que é possível superar limites e quebrar preconceitos através da música. Segundo o regente Sérgio Cunha, alguns membros fazem parte do grupo desde a fundação e garantem que a música traz benefícios não só psicológicos, mas físicos também.
Ainda de acordo com Sérgio, o coral denominado ‘Vozes’ existe desde 1995 exerce um trabalho de socialização e aprendizado. O grupo, que conta atualmente com mais de 35 pessoas, faz apresentações sem fins lucrativos e tem em no repertório óperas, musicais e clássicos da música brasileira. “O coral é uma das minhas escolas e aprendo com as dificuldades dos alunos, o que contribuiu tanto para a minha formação quanto para a deles”, disse.
Maria das Graças Vieira tem 60 anos e participa do coral junto com a filha Tatiane Aparecida Vieira, de 28 anos. Ela contou que a as atividades no grupo musical mudaram completamente a vida delas e da família. “Aos 12 anos a Tatiane teve esclerose múltipla e parou de andar e enxergar e a música foi algo maravilhoso na vida dela, porque ela não saía de casa, não tinha amigos e nada para fazer. O coral a tem ajudado muito e também a mim”, contou.

Ela foi a primeira deficiente a entrar no conservatório e nós sofremos muito com o preconceito, mas hoje ela canta, toca piano e ainda fala três idiomas. E quando temos que tirar músicas estrangeiras, que são mais difíceis, ela me ensina em casa"
Maria das Graças, mãe de Tatiane Aparecida Vieira e aluna do coral

Maria das Graças contou, ainda, que o coral ajuda a lidar com as dificuldades. “Eu pretendo ficar no coral enquanto der porque é algo que me ajuda no dia a dia. Se tivesse coral todos os dias é algo que seria muito gostoso na minha vida. Quando me apresento eu me sinto alguém, me ‘sinto gente', me sinto feliz no meio de tanta gente me olhando cantar. O regente é exigente, mas aprendemos muito com ele”, comentou.
Para a filha Tatiane Aparecida, o coral é a segunda família. “Tenho muitas amizades e são pessoas com quem eu posso contar sempre. No dia em que não temos aula, eu e minha mãe sentimos falta”, disse.
Tatiane contou também que a participação no grupo influencia também no bem estar. “Fico menos estressada e cansada. Quando começamos a aquecer sinto que tudo muda porque ficamos com um astral melhor e saímos de lá sorrindo e brincando”, contou.
“Estar cantando e atuando é algo gostoso porque você não é mais a pessoa que é no dia a dia, você é o personagem”, concluiu a musicista.
Geralda de Freitas, que gosta de ser chamada como Naná, tem 75 anos de idade e é a integrante mais antiga do coral. Segundo ela, os dias em que têm aula são especiais. “O coral é tudo para mim, é o momento de estudo onde posso aperfeiçoar o canto e me traz realizações de vida. Gosto muito e não perco os ensaios e nem as aulas”, contou.

Integrantes disseram que o coral é como uma
segunda família. (Foto: Sergio Cunha/Arquivo pessoal)


“Faz bem para a saúde física e espiritual porque eu, por exemplo, que já estou na terceira idade, percebo que ajuda a minha memória, pois temos que estudar e decorar as músicas”, comentou.
Geralda finalizou ressaltando que enquanto tiver condições estará no coral uma vez que, segundo ela, é algo que a completa. “Nas apresentações me sinto realizada e alegre porque vemos que o público gosta, aplaude, comparece e vemos que eles apreciam muito a música clássica. Sempre que o coral faz qualquer apresentação o ambiente sempre está repleto e recebemos muitas palavras de incentivo do público. Sentimos que estamos passando uma mensagem de alegria”, contou.
Terezinha Maria de Magalhães tem 66 anos e participa há cinco anos do coral junto com duas filhas. Ela afirmou que muita coisa mudou desde então. “Mudou no bem estar físico e mental, porque às vezes estou chateada e quando vou para o coral esqueço tudo. A gente se transforma”, comentou.
“O coral é um momento de relaxamento e ajuda também na saúde física porque trabalhamos a postura e respiração também. No caso da minha mãe ajudou muito porque antes ela era muito agitada e nervosa”, destacou uma das filhas de Terezinha, Maristela Magalhães.
A irmã de Maristela, Gisele Magalhães, reafirmou o que foi dito pela mãe. “Depois de um dia estressante de trabalho participo do coral e acaba sendo como uma terapia. Não consigo viver sem, não há como me desligar da música, pois está na alma”, disse.
Assista uma das apresentações do coral clicando no link.
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