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domingo, 12 de agosto de 2012

10 MOTIVOS PARA APRENDER A TOCAR UM INSTRUMENTO MUSICAL


Respeitar uma hierarquia e saber a hora de fazer silêncio são lições aprendidas por quem toca um instrumento

Mesmo que você não queira se tornar um Mozart ou um Jimi Hendrix, há diversas razões para aprender a tocar um instrumento musical. Sem precisar dedicar-se o dia inteiro à atividade, há ganhos psíquicos, motores e sociais – tanto para jovens em idade escolar, quanto para adultos.

Os instrumentos mais fáceis são o piano e aqueles comuns em bandas escolares, como flauta, bateria, xilofone e trompete, já que basta assoprar ou apertar uma tecla para sair o som – ao contrário do canto, em que é essencial controlar intensidade da voz e da respiração. Apesar de ser menos complicado de aprender na infância, quem for mais velho e estiver a fim de iniciar o hobby só tem a ganhar. Confira a seguir alguns dos benefícios da prática e procure se imaginar tocando algumas notas, mexendo em teclas ou arranhando sons vocais.

Filhos mais educados
Segundo o professor do Departamento de Música, de Arquitetura e de Design da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Péricles Gomes, a inteligência musical desenvolvida na infância proporciona disciplina e ajuda a relaxar as crianças. Com Phd em Educação e Coordenador da Orquestra de Câmara da PUCPR, o músico afirma que o estudante vai precisar respeitar uma hierarquia, caso atue em uma banda, e saber a hora certa na qual deve se expressar musicalmente.

Espertinho hoje, inteligente amanhã
Aprender a tocar um instrumento musical na infância ajuda a tornar a criança mais esperta na fase adulta, segundo estudo publicado ano passado pela Universidade de Kansas (EUA). O docente da PUC-PR resume a pesquisa em uma frase: “Se você desenvolve sua inteligência quando criança, ela vai te acompanhar pelo resto da vida”. Ele diz que a idade ideal para colocar os filhos na atividade extracurricular é aos quatro ou cinco anos de idade, já que as conexões do cérebro são mais fáceis de serem feitas – além do tempo livre ser maior.

Mais paciência e força de vontade
Você é partidário de quem acredita que a geração de hoje quer tudo para ontem? Saiba que colocá-los para estudar música pode ajudar um pouquinho a reverter o quadro. Gomes afirma que o esforço exigido de quem quer aprender a tocar um instrumento ensina que nem tudo chega amanhã, além de que certas coisas podem precisar de certo tempo para dar certo. “Perceber que as coisas boas da vida necessitam de um grande investimento de energia e tempo é um dos ganhos. A disciplina é a palavra-chave”, diz o docente.

Aumento do desempenho acadêmico
O coordenador da escola de música paulistana Companhia das Cordas, Cleber Alves, cita estudos feitos há mais de 20 anos comprovando que alunos cuja atividade paralela envolvia a música apresentavam ganho no rendimento escolar. “Aumenta a facilidade com a linguagem, o raciocínio matemático e a criatividade”, afirma. Dessa forma, jovens que exercitam essa área costumam tirar notas melhores em disciplinas como português e matemática, essenciais no currículo acadêmico.

Apuração sensorial
Assim como quem estuda cinema vai assistir a filmes e entende o que está por trás das câmeras, quem tenta tocar um instrumento entende como a música é feita. O coordenador da Companhia das Cordas explica que, quando aprende a ler partituras, o aluno fica com o ouvido mais apurado na hora de ouvir aquele CD que está fazendo sucesso. “Após estudar música, você a ouve de uma maneira diferente, já que se geram leituras novas – sem perder nada, mas ganhando jeitos novos de interagir com ela”, explica. A atenção que é desenvolvida, ele diz, vai mudar a percepção dos sons presenciados no dia a dia.

Autoconhecimento
Gomes cita o aprendizado de canto para exemplificar a forma como o estudo de música pode proporcionar autoconhecimento. “Cantar é uma coisa que mexe com a pessoa por você ser o instrumento. Para a parte cognitiva, há um desafio que é visualizar o que você está fazendo e que parte do corpo precisa mexer. O cantor tem que conhecer seu corpo”, ele diz. Da mesma forma, quem quer tirar um som do piano precisa memorizar o grupo de notas, onde colocar os dedos e em que hora pressionar as teclas. Aspectos motores também são desenvolvidos – ou você pensa que basta estalar os dedos para tocar uma bateria? Saber de si para entender do objeto com o qual se interage é uma das consequências positivas.

Redução do estresse no dia a dia
“Para se motivar, lidar com o estresse e com a rotina urbana pesada, estudar música é uma atividade fantástica”, defende o coordenador da escola de música. Ele diz que o efeito de relaxamento que acontece durante a concentração demandada para se tocar o instrumento é alto. Péricles Gomes, da mesma forma, afirma que estudar música “é quase como uma droga, porque você entra numa coisa meio zen, meio hipnótica, e não vê o tempo passar”. “Você fica tão envolvido nas vibrações e na arte que se esquece de todas as outras coisas”, afirma.

Socialização com os colegas
À exceção do aprendizado de instrumentos solitários – como o piano, por exemplo -, estudar música pode ajudar a fazer amigos e entrar em contato com culturas diferentes. “Há uma interação por meio da música e um ganho do ponto de vista da comunicação”, diz o coordenador da Companhia das Cordas. Ele dá o exemplo das bandas de colégio, em que é preciso se inserir em um grupo e socializar com outras pessoas para que haja uma harmonia na hora da apresentação. Já o professor da PUC-PR ressalta o fato de que, para tudo dar certo, é preciso ter trabalho em equipe. “Tem que saber ouvir – literalmente – o colega e dialogar musical e verbalmente”, explica.

Prazer e satisfação pessoal
“O grande ganho é que é divertido pra caramba”, resume Cleber Alves. O coordenador ressalta que ninguém precisa ser um gênio para entrar de cabeça no assunto. “Muitas pessoas acham que não é para todo mundo. Qualquer um pode ter ganhos e fazer música, seja de um jeito mais técnico ou intuitivo”, afirma. Ele ainda fala do amor que o homem nutre pelos sons desde a época das cavernas. “Você tem o prazer de fazer música, que é uma coisa com a qual a gente tem uma ligação visceral. Quando a gente escuta, a gente adora. Quando faz, então, sente um prazer enorme”, descreve.

O fim da frustração
“Quando você ficar grande, não vai falar que sua maior frustração era não ter aprendido a tocar um instrumento musical”, brinca, entre risos, o professor universitário. Para os adultos, vale lembrar que nunca é tarde para sair da rotina e aprender a tocar aquela música que marcou sua infância. Já Cleber Alves ressalta a universalidade da prática. “Todo mundo é capaz de fazer música e tocar qualquer instrumento de que goste. O instrumento certo é aquele que você gosta de ouvir e praticar. É para você”.



Cartola – Agência de Conteúdo
Especial para o Terra

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